terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Integração de imigrantes

Como pesquisadora na área da saúde coletiva e especialmente sobre saúde dos migrantes, participo de vários eventos relacionados aos meus temas de estudo. No dia 12 de Junho de 2015 foi apresentado em Lisboa, o último Relatório MIPEX, um relatório que pesquisa as políticas de integração de imigrantes em vários países do mundo. Neste último relatório foi incluído, pela primeira vez, o indicador saúde. Eu escrevi um texto para o BPM e partilho aqui com vocês também!

Muitos dos nossos leitores são imigrantes ou pensam em emigrar. Com a atual crise econômico-financeira que tem afetado diversos países no mundo, muitas pessoas tem buscado a migração na tentativa de resolver os seus problemas. Se você nunca mudou de país, já pensou no que é importante na vida de um imigrante internacional? Talvez você nunca tenha pensado nisso, mas a sua adaptação e integração em um país diferente daquele em que você nasceu é muito importante para a sua saúde, bem-estar e sua vida em geral.


De acordo com a Organização das Nações Unidas atualmente existem cerca de 232 milhões de migrantes internacionais e 48% são mulheres. Um dos temas importantes para a vida de cada uma destas pessoas são as políticas dos diversos países no que diz respeito ao acolhimento e integração de imigrantes. Alguns países têm políticas mais receptivas mas outros, nem tanto.


Desde o início do século 21 um grupo que inclui pesquisadores de diversos países tem estudado, avaliado e comparado as políticas de integração de imigrantes em vários países. Em 2004 foi publicado pela primeira vez o "European Civic Citizenship and Inclusion Index". Este primeiro relatório incluiu apenas 15 países europeus e avaliou cinco áreas importantes na vida de um imigrante: inclusão no mercado laboral, vistos de longa duração, reagrupamento familiar, atribuição de nacionalidade e políticas anti-discriminação.


No dia 12 de junho de 2015 foi apresentado na Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa, Portugal, o último relatório produzido através das pesquisas feitas sobre as políticas de integração de imigrantes e nós estivemos presentes.


O MIPEX2015 ou "Migrant Integration Policy Index 2015" é o quarto relatório de um projeto alargado que analisa e compara as políticas de integração de imigrantes em todos os países europeus e também da Austrália, Canadá, Islândia, Japão, Coréia do Sul, Noruega, Suíça, Turquia e Estados Unidos, contabilizando um total de 38 países.




O MIPEX2015 utilizou 167 indicadores para avaliar as políticas de integração de imigrantes em 8 áreas, especificamente: mobilidade no mercado laboral, educação, participação política, aquisição da nacionalidade, reagrupamento familiar, saúde, residência de longa duração e ações anti-discriminação. A saúde foi incluída pela primeira vez neste relatório. Ao longo dos anos estudados, alguns países têm melhorado as suas políticas e outros, nem tanto.

Nos últimos dois relatórios a Suécia tem ocupado a primeira posição com as melhores políticas de integração de imigrantes. No terceiro relatório e também neste atual Portugal ocupa a segunda posição em termos globais de políticas favoráveis à integração dos imigrantes. Alguns países são melhores em umas áreas que em outras. Por exemplo, no que diz respeito à atribuição da nacionalidade, a legislação portuguesa atual é bastante favorável à atribuição de nacionalidade (de acordo com alguns critérios) entretanto em outros países tais como Estônia, Letônia, Lituânia, Suíça, Áustria e ainda outros países europeus é bastante difícil obter a nacionalidade. E também existem casos em que o país não permite que o seu cidadão tenha dupla nacionalidade.


Quanto à mobilidade no mercado laboral, os países mais favoráveis atualmente são o Canadá, Portugal, Alemanha e os países nórdicos. Os países mais "amigos dos imigrantes" no que diz respeito ao reagrupamento familiar foram Portugal, Espanha e Eslovênia e os que foram mais desfavoráveis nesta área foram a Irlanda, o Reino Unido e Chipre. As áreas em que Portugal ainda precisa melhorar em termos de políticas são as da educação e da saúde.

Não há dúvidas que políticas favoráveis para a integração de imigrantes são muito importantes para todos aqueles que já o são e também para todos aqueles que pensam em emigrar um dia. Projetos que pesquisem estes temas e também relatórios como o MIPEX são muito importantes para todos, pessoas e governos. Contudo, não devem ser vistas de modo isolado quando falamos de adaptação e integração de imigrantes, visto que a adaptação e integração de um indivíduo em seu meio são processos individuais que acontecem a partir de diversos fatores biológicos, psicológicos, sociais, culturais e políticos de cada pessoa que imigra.


Portanto, para todos aqueles que pensam em ser imigrantes internacionais, além de conhecer as políticas dos países no que diz respeito à integração é importante conhecer também quais são os reais motivos que o impulsionam a deixar o seu próprio país. Cada pessoa é uma pessoa e cada um tem as suas crenças, seus valores e seus objetivos de vida. Para ser um imigrante de sucesso muitos fatores devem ser pensados antes de deixar o seu país.


Pense nisso!


Para saber mais sobre o MIPEX2015 visite o site interativo do projeto.


Este texto foi escrito por mim e publicado pela primeira vez no blogue Brasileiras pelo Mundo e está disponível neste link.

Resoluções de Ano Novo ou... como ter uma vida mais saudável!

O ano já começou há mais de um mês mas, se pensarmos bem, o "ano" começa todos os dias quando acordamos de manhã...

Escrevi este texto em 2013 mas acho que continua atual, por isso partilho aqui com vocês.


Todo ano é assim… Um termina, outro começa e grande parte das pessoas faz promessas de ano novo. Algumas promessas são cumpridas, outras nem tanto e são logo abandonadas ou nem chegam a ser começadas.


Muitas dessas promessas de ano novo passam por mudanças no nosso estilo de vida. Algumas pessoas começam dietas, outras prometem fazer exercícios físicos, umas deixarão de fumar e tantas outras coisas mais.


Eu, sinceramente, já fiz algumas promessas em outros anos. Desta vez, não me lembro de nada que tenha pensado em fazer de novo, a não ser finalmente terminar os projetos antigos (claro que isso já é uma promessa). E depois… logo se vê.


Muitas pessoas fazem promessas que sabem que não vão conseguir cumprir. Se você quer mesmo cumprir seus objetivos, não dá pra ser irrealista numa hora dessas, não é mesmo? Se queremos obter êxito, mais vale fazer promessas pequeninas, fáceis de alcançar. Se você quer mesmo cumpri-las, estipule objetivos fáceis de atingir, conforme vai conseguindo, poderá ir aumentando.


Para quem está começando o ano pensando na sua saúde, pense nas pequenas coisas que pode fazer no seu dia-a-dia que lhe poderá trazer mais saúde e ser mais saudável. Pequenos gestos fazem toda a diferença.


Comece por fazer coisas que você gosta. Procure fazer uma atividade física. Se você gosta de caminhar, procure no seu dia, meia horinha do seu tempo para caminhada. Estudos indicam que uma caminhada de 6.000 passos por dia ajuda na manutenção do peso. Talvez essa caminhada possa ser feita indo para o trabalho ou mesmo para comprar pão. Pense nisso!


Se não gosta de caminhar, procure uma atividade que goste e faça-a! Fazer algo de que goste, por prazer, melhora o bem-estar e nos traz saúde.


Procure se alimentar de modo saudável, incluindo variedade de frutas, verduras e legumes na sua dieta. Para as mamães, deem alimentos coloridos para os seus filhos desde idades precoces. Ah, e se você está grávida, coma alimentos variados para estimular a formação do paladar do seu filho nesse sentido. Quanto mais variada e colorida a alimentação, mais saudável e completa em termos de nutrientes.


E durma pelo menos umas 7 a 8 horas por dia. Dormir é fundamental para manter o nosso organismo regulado. O sono ajuda no aprendizado e na manutenção da memória, mantém a nossa resistência imunológica, além de outros benefícios.


E, como boa resolução de ano novo, seja disciplinado durante a semana mas… permita-se!


Nos finais de semana, coma alimentos que dão prazer, passeie com a família, divirta-se com amigos. Porque ninguém é de ferro e são esses momentos que fazem a nossa vida ainda mais bela.


Busque sempre o equilíbrio, sem exageros para lado nenhum. A vida é bela para ser vivida diariamente!



Este texto foi escrito por mim e publicado pela primeira vez no dia 23 de janeiro de 2013 no blog Brasileiras pelo Mundo e está também disponível aqui.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Acordos de Previdência Social. O caso do Brasil e Portugal

Você sabia que o Brasil mantém acordos de Previdência Social com vários países no mundo?

Não? E sabia que, por causa desses acordos, se você for imigrante em outro país pode ter alguns benefícios como, por exemplo, contar tempo para a aposentadoria somando o tempo de trabalho no Brasil com o tempo que trabalha em outro país, ter direito a auxílio doença e, em alguns casos, ter também direito à assistência médica? Se você ainda não sabia, continue a ler para descobrir.


De acordo com o Dataprev, “Os Acordos Internacionais têm por objetivo principal garantir os direitos de seguridade social previstos nas legislações dos dois países aos respectivos trabalhadores e dependentes legais, residentes ou em trânsito no país”.


Atualmente o Brasil mantém acordos de Previdência Social com vários países. Entre eles estão Cabo Verde, Chile, Espanha, França, Grécia, Itália, Japão, Luxemburgo, Bélgica e Portugal. Estão ainda em processo de ratificação pelo Congresso Nacional os acordos entre o Brasil os seguintes países: Alemanha, Canadá, Coréia e ainda, Quebec no Canadá. O Brasil possui ainda acordos multilaterais Iberoamericano (entre Bolívia, Brasil, Chile, Equador, Espanha, Paraguai e Uruguai) em vigor desde 2011 e também com o MERCOSUL (Argentina, Paraguau e Uruguai) desde 2001.


Cada acordo tem as suas especificidades e o que eu vou falar hoje para vocês é sobre o direito à assistência médica. Atualmente três países assinaram o acordo com o Brasil relativamente à assistência médica. São eles, Cabo Verde, Itália e Portugal.


Então é assim. Brasil e Portugal têm acordo entre a Seguridade Social brasileira (INSS) e a Segurança Social portuguesa (SS). Isso quer dizer que os brasileiros que são contribuintes do INSS podem se beneficiar de assistência médica em Portugal. O mesmo acontece para portugueses no Brasil.


Um brasileiro que viaje para Portugal em férias, ou que esteja em Portugal como trabalhador autônomo por até dois anos ou mesmo como funcionário de uma empresa brasileira prestando serviço em Portugal (até 5 anos) tem direito a ser atendido no Serviço Nacional de Saúde (SNS) português do mesmo modo que um cidadão nacional. Eu já escrevi aqui sobre o Serviço Nacional de Saúde de Portugal.


Em qualquer situação, para se beneficiar deste acordo os brasileiros devem pedir à regional do Ministério da Saúde do seu estado de residência que emita um documento que se chama “Certificado de Direito à Assistência Médica” (CDAM) que muitos conhecem por PB-4.





Quando estiver com viagem programada ou marcada, entre em contato com o Ministério da Saúde do seu estado e peça informação sobre como deve proceder e quais documentos são necessários para que emitam o certificado. Os contatos telefônicos estão neste site do Ministério da Saúde.

Lá neste link vai ser necessário fazer a “Inclusão” usando o número do seu CPF (veja lado esquerdo do site indicado acima) e depois preencher um formulário. Se tiver dúvidas, pergunte sempre ao funcionário do Ministério da Saúde como deve proceder. Depois de preenchido, o formulário deve ser impresso e enviado para o Ministério da Saúde junto com os outros documentos necessários.


Com todos os documentos em mãos, o Ministério da Saúde emitirá o CDAM que deve ser apresentado no serviço de saúde em Portugal caso haja necessidade de atendimento nesta área.


Vale lembrar que o acordo é entre “Portugal e Brasil”. Este documento não é válido para outros países europeus. Se você vai passear, de férias para outros países europeus que não Portugal ou Itália, lembrem-se de fazer um seguro de saúde. Lembre-se também, sempre que precisar, busque informação junto aos órgãos oficiais responsáveis.


Seguro morreu de velho, não é mesmo?


PS. Este texto foi escrito por mim e publicado pela primeira vez no blog Brasileiras pelo Mundo está também disponível aqui.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Cinco coisas que você DEVE saber antes de mudar de país

Desde os anos 1950, mas principalmente nos anos 1980 e 1990, muitos brasileiros e brasileiras deixaram o Brasil e foram viver em outros países. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil chegou a estimar em 4 milhões o número de brasileiros e brasileiras vivendo fora do Brasil. Muitos brasileiros voltaram a morar no Brasil e, atualmente, o número de brasileiros "fora de casa" é de, mais ou menos, 3 milhões. Mas muitos outros brasileiros ainda continuam em busca de um outro país para chamar de “minha casa”.

Deixar o Brasil para ir viver num outro país é uma realidade que está presente na vida de muitos brasileiros e de suas famílias. Com o aumento das comunicações, com a redução dos custos dos transportes e um maior acesso à informação promovido também pela internet, vários brasileiros têm pensado em tentar a vida em outro país, por vários motivos.


Mas mudar de país vai exigir de cada um que se adapte. Sim, isso mesmo! Capacidade de se adaptar é muito importante! E a adaptação de uma pessoa num país diferente do seu vai depender de diversos aspectos individuais (e também coletivos) prévios tais como as características da personalidade, as condições sociais, a cultura, etc, existentes antes da migração. Os motivos que levam uma pessoa a mudar de país também poderão influenciar no processo de adaptação da pessoa em outro país.


Mas existem algumas coisas que toda pessoa que pensa um dia em emigrar deve saber antes de partir.


1 - Cada pessoa que emigra carrega consigo uma história pessoal e uma cultura próprias. O que você aprendeu na sua vida desde pequenininho pode não ser do mesmo jeito, nem funcionar do mesmo jeito no outro país para onde você pensa em se mudar. Isso é parte da CULTURA, que não é estática. Nós construímos e somos construídos pela nossa cultura. A cultura do outro não é melhor nem pior, é apenas diferente da sua. Se você pensa em sair do seu cantinho, seja paciente, tolerante, respeite e não queira mudar as regras da "casa" alheia. Você também quer ser respeitado, não é mesmo?


2 - Toda pessoa que emigra deixa o seu espaço conhecido e vai de encontro a um novo espaço. Isso inclui realmente TUDO na vida que você leva no país em que nasceu e na vida que levará no país no qual você pretende morar. Por “mais parecido” que possa ser o país de destino, sempre haverá diferenças culturais. Aprenda isso! Você terá que aprender muitas coisas novas, como funcionam e até mudar alguns hábitos se quiser se adaptar.


3 – Toda pessoa que se torna imigrante em outro país vai passar por um processo de adaptação que se chama aculturação. TODOS os imigrantes passam por isso. Aculturação é o nome dado ao processo em que você aprende uma nova cultura diferente da sua, daquela em que você nasceu e cresceu. É um processo bilateral, que ocorre lentamente e em ambas as culturas.


Mas… então isso pode causar algum problema? Depende…


E… de quê?


4 – Depende de “COMO” você vai vivenciar esse processo. De acordo com psicólogo americano John W. Berry, a aculturação acontece de quatro modos que são:


Marginalização: acontece quando o imigrante perde a sua identidade cultural e não tem o direito de participar no funcionamento da sociedade dominante por práticas discriminatórias. Sentimento de exclusão já é mau no seu próprio país, imagina se você estiver vivendo num país diferente daquele em que você nasceu, sem a sua família, sem os seus amigos e todos aqueles que te davam apoio quando você precisava...


Assimilação: o imigrante abandona a sua própria identidade cultural em favor da comunidade dominante ou seja, deixa de lado quem ele é para tentar se adaptar à nova realidade. Também não é bom...


Separação: o imigrante opta por não estabelecer relações com a comunidade dominante com o objetivo de preservar a sua identidade cultural. Por exemplo, sabe aquela pessoa que só fala bem e só se relaciona com pessoas do seu próprio país? Aquele que nem tenta conviver com as pessoas e coisas boas que o novo país de residência possam oferecer? Seja aberto ao novo!


Integração: o indivíduo mantém parcialmente a sua identidade cultural e participa mais ou menos ativamente na nova sociedade. Neste tipo de aculturação a pessoa mantém alguns hábitos e costumes da sua cultura de origem e participa da nova cultura, introduzindo alguns hábitos e participando mais ou menos ativamente da sociedade de acolhimento. Este é o modelo mais favorável dos modos de aculturação.


As mudanças causam estresse e a aculturação pode causar algum estresse. O nível de estresse varia de pessoa para pessoa e depende também de diversos fatores existentes antes e depois da mudança de país.


O psicológo John Berry também diz que a aculturação traz consequências psicológicas a longo prazo que são muito variáveis de pessoa para pessoa, dependendo de vários fatores pessoais e sociais existentes antes da migração, tanto da sociedade de origem como da sociedade de acolhimento e também das características biológicas, psicológicas e sociais individuais que existiam antes do processo de aculturação e que surgem durante o mesmo.


E, claro, os cidadãos nacionais do novo país de residência e também as políticas relativamente aos imigrantes vão desempenhar um papel importante no processo de adaptação e aculturação dos imigrantes.


5 - Muitas pessoas, quando tem um problema, pensam que vão conseguir resolvê-lo mudando de país. Mas, gente, em todos os lugares desse nosso planeta terra existem coisas boas ou ruins. Cada pessoa tem suas crenças, seus valores e expectativas e, dependendo do motivo que leva uma pessoa a emigrar, ela só vai mudar o problema de lugar. E ainda ter que se adaptar ao desconhecido.


Portanto, se você pensa em emigrar, pense muito bem! Se você acha que está ruim morar onde mora porque “a grama do vizinho é sempre mais verde”, esqueça. Mudar de país é um processo complexo que afeta não só quem emigra mas também todos os que ficam. Antes de mudar de país, conheça o real motivo da sua vontade de mudança e ponha numa balança os prós e os contras. Leia e se informe bastante sobre as condições do país para onde pensa em se mudar. Se quer mesmo mudar de país, faça-o com consciência. E lembre-se, passear pelo país de férias é bem diferente de morar lá.


Uma migração internacional nem sempre é solução para alguns problemas das pessoas. A nossa vida diária envolve um conjunto de fatores pessoais e familiares, biológicos, psicológicos, sociais, culturais e também políticos. Tudo bem equilibrado fará com que uma pessoa viva bem num país ou em outro. Afinal, o que todo mundo quer é viver bem, não é mesmo? Mas... o que é viver bem para você? Já pensou nisso?


PS. Este texto foi escrito por mim e publicado pela primeira vez no blog Brasileiras pelo Mundo e está também disponível neste link.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Migração e Saúde

Quem aqui já pensou em ser imigrante? Quem aqui pensa na sua saúde enquanto imigrante?

Um dos temas importantes para os pesquisadores na área da saúde pública mundial são as migrações, principalmente as internacionais. Em 2007, ano em que Portugal esteve na presidência do Conselho da União Europeia, um dos temas tratados foi a saúde dos migrantes através da realização da Conferência “Saúde e Migrações na União Europeia”. Muitos outros estudos e pesquisas têm sido feitos nessa área em diversos países.




Migração e saúde são dois conceitos de áreas de estudo diferentes e existem tantos modos de se olhar para esses dois conceitos e, ainda mais, sobre esses dois conceitos juntos. E vocês me perguntam: o que é que a imigração tem a ver com a saúde? Tem tudo a ver! E quando eu falo de saúde, não estou falando só do acesso aos serviços de saúde porque esta é apenas uma parte da “saúde”.


Podem ser vários os motivos pelos quais uma pessoa decide mudar de país, não é mesmo? Todas nós que escrevemos aqui somos ou já fomos imigrantes em outro país e cada uma tem a sua história e o seu motivo. Quando deixamos o nosso país, muitas coisas ficam para trás: muitas vezes as famílias se separam, deixamos os amigos, o trabalho, tudo que é a nossa cultura, etc. Migrar se traduz numa espécie de luto que temos que elaborar e que pode causar algum sofrimento. Porque no novo país tudo vai ser, mesmo, novo!


Uma migração internacional pode causar algumas alterações na saúde de uma pessoa. Essas alterações podem ser diversas e variam de pessoa para pessoa. E porque? Porque tem a ver com vários fatores como, por exemplo, de que país a pessoa sai e em que condições, para qual país a pessoa vai e quais as condições que o novo país de residência oferece, além de outros fatores. E algumas pessoas, para se adaptar, acabam alterando comportamentos relacionados à saúde. Mas claro que nem todas as pessoas terão problemas e desenvolverão alguma doença. Alguns até podem sentir uma saúde melhor depois da mudança.


Recentemente vocês leram o texto da Allane e o texto da Luciana falando sobre depressão de inverno. Por exemplo, quem saiu de regiões quentes no Brasil e está vivendo em regiões mais frias, em países onde o inverno é mais rigoroso, costuma sentir muito essa diferença no clima. O clima pode influenciar a nossa saúde e cada pessoa sente de uma determinada maneira. Mas não é só isso…


Existem diversos aspectos para se analisar neste contexto. Primeiro, como é a saúde da pessoa no seu país de origem? Tem uma vida equilibrada, vive num meio ambiente saudável, pratica atividade física, tem trabalho, tem família e suporte social, etc? Quais as condições da pessoa que pensa em ser imigrante? Todos esses fatores são importantes para a saúde em geral e para a percepção que cada um tem da sua própria saúde.


Que condições os países que acolhem imigrantes oferecem para essas pessoas, além das políticas direcionadas para os imigrantes? Já pensou nisso? Por exemplo, uma pessoa quando é imigrante num outro país pode enfrentar o desemprego e não falar a língua do novo país de residência. Quando encontra emprego, às vezes para conseguir pagar todas as despesas e ter algum dinheiro sobrando, acaba trabalhando muito mais horas que trabalharia no seu próprio país, e assim, não tem tempo para o lazer, o que acaba sobrecarregando a sua saúde.


Numa pesquisa que fiz entre 2009 e 2013 com 120 imigrantes brasileiros em Portugal, 31% considerou que a sua saúde estava pior em Portugal. Mas, nem tudo é mau e 12% considerou que a saúde estava melhor depois da mudança.


Quanto aos serviços de saúde, também podem existir algumas dificuldades. Para quem vive no Brasil existe o SUS. Pode ter problemas e não funcionar como todos gostariam mas, você não tem que pagar pelo atendimento!  Ahhh... Você vai dizer que já pagou impostos, não é mesmo? Pois é mas, em muitos países do mundo você paga impostos e também tem que pagar pela saúde.


Geralmente os imigrantes não têm conhecimento do modo de funcionamento dos serviços de saúde no novo país o que dificulta a sua relação com o mesmo. Alguns imigrantes, quando estão em situação migratória irregular, têm medo de procurar os serviços de saúde. E também existem diferentes serviços de saúde nos vários países do mundo como a Mônica já escreveu aqui sobre os Estados Unidos e a Georgina já escreveu aqui sobre o Chile .


Em alguns casos, simplesmente não há serviço público de saúde fazendo com que todas as pessoas tenham que ter algum seguro/plano de saúde ou ter dinheiro para arcar com as suas necessidades nesta área. Não falar a língua do país em que se mora também é uma barreira para uma boa comunicação, principalmente com os profissionais de saúde. Por isso, a migração exige do imigrante bastante capacidade de resiliência e adaptação.


Então, vamos combinar uma coisa. Se você que está lendo este texto pensa em ser imigrante internacional, lembre-se! No novo país: aprenda a língua local, faça amigos, converse com as pessoas para saber como funcionam os diversos serviços e, principalmente, não julgue a partir do conhecimento que tem do seu país. Cada país tem a sua história, a sua cultura e a sua legislação.


Além do que já falei, tente manter uma vida equilibrada, pratique alguma atividade física de que goste, procure se integrar no novo país em que for morar, conheça a história e a cultura do lugar, faça amigos, aproveite os dias de sol e principalmente, seja positivo. Em todos os lugares do mundo há coisas boas e ruins. Aproveite tudo de bom que a vida dá a você.


Faça o que for possível pelo bem da sua saúde física e mental. Melhor cuidar da saúde enquanto pode do que ter que cuidar da doença, não é mesmo?


PS. Este texto foi adaptado do texto original escrito por mim e publicado em março de 2015 no blog Brasileiras pelo Mundo. O texto original está disponível aqui.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Estresse

Hoje vou falar um pouquinho sobre um tema muito “na moda” ultimamente: o estresse.

Hoje em dia muitas pessoas se dizem estressadas ou vivem estressadas. Mas… o que é o estresse?


Podemos definir o estresse como um conjunto de alterações físicas e psíquicas provocadas por vários estímulos ou agentes agressores, como o frio, uma doença, uma emoção forte (triste ou feliz), condições de vida muito ativa, etc. Em termos fisiológicos é uma resposta neuro-endócrina do nosso organismo a uma “agressão”.


Eu diria que todas as situações que causam mudanças na nossa vida são causadoras de estresse como, por exemplo, os nascimentos, os casamentos, as separações, as mortes, as migrações (e o processo de adaptação associado) e tantas outras. Sim, a adaptação dos migrantes é um processo complexo causador de estresse.


Cada pessoa reage de um modo frente às agressões do dia-a-dia. Frente aos diferentes agentes de estresse o nosso sistema neuro-endócrino reage e libera o principal hormônio relacionado ao estresse: o cortisol. Esse hormônio está sempre presente na nossa circulação sanguínea mas aumenta em situações de medo, susto, ansiedade…


Se uma pessoa vive preocupada, ansiosa, se tem uma dor crônica, o cortisol ficará mais alto o tempo todo. Quando fica mais alto, pode dificultar o sono, aumentar a pressão arterial, aumentar a glicemia, reduzir a massa muscular e aumentar a obesidade na região da cintura. Cortisol em excesso também afeta o sistema imunológico baixando as nossas resistências e facilitando a ocorrência de infecções como o herpes, por exemplo.


Para que ocorra o desenvolvimento de doenças, também é muito importante observar o modo como as pessoas reagem ao estresse. Uma pesquisa realizada na Penn State University e publicado nos “Annals os Behavioral Medicine”, mostrou que as pessoas que ficavam perturbadas com o estresse diário e mantinham a preocupação nas situações estressantes, mesmo depois de terem ocorrido, apresentavam um maior risco de sofrer de problemas crônicos de saúde, principalmente dores crônicas tipo artrites ou problemas cardiovasculares.


Depois dessa teoria toda, vale lembrar que, não é possível viver sem estresse mas é possível tentar minimizar os seus efeitos. Tentar controlar e diminuir a ansiedade, procurar ver sempre o melhor no nosso dia-a-dia, praticar alguma atividade física de que goste, ter um hobby e alguns momentos de descanso durante o dia são apenas algumas das formas.


Desejo que cada um encontre o seu jeito de ser menos estressado!


PS. Este post foi escrito por mim e publicado pela primeira vez no blog "Brasileiras pelo mundo" e pode ser visto neste link

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

A boca e os dentes

A saúde é integral e não deve ser fragmentada mas, para se compreender o todo também é importante estudar as partes. Eu escrevi este texto sobre saúde e nele comecei a falar sobre a saúde bucal. Continuo aqui falando sobre este tema.

Este post foi escrito por mim e publicado pela primeira vez no blog "Brasileiras pelo mundo" e está disponível neste link.


"Como eu disse, algumas pessoas ainda só se lembram que tem boca e dentes quando tem algum problema dental ou oral. Mas, cuidar da sua saúde bucal deve ser rotina, um hábito desenvolvido desde a mais tenra idade.


Então vamos lá, para quem não sabe, os nossos dentes começam a se formar entre a sexta e sétima semana de gestação. Algumas mulheres ainda nem sabem que estão grávidas e já estão em formação aquelas “perolazinhas” que serão os dentes de leite ou, os dentes que comporão a nossa dentição decídua, 20 dentes. É assim que vejo os nossos dentes, como pérolas que devem ser muito bem cuidadas. Na décima semana de gestação começa a formação dos dentes permanentes que serão ao todo, 32.


Resumidamente, os dentes vão se formando e se calcificando, no sentido da coroa para a raiz, durante todo o processo de crescimento e desenvolvimento do feto e posteriormente até o nascimento/erupção do último dente, o terceiro molar permanente, ou seja, por volta dos 18 anos de idade (ou mais). Para se ter uma ideia, a formação completa do primeiro molar permanente, que aparece na boca por volta dos seis anos da criança, só termina aos 9 anos de idade. Vale a pena cuidar de algo que demora tanto tempo para estar pronto, não vale?


O nosso paladar também é formado ainda na gestação por volta da décima quarta semana. Dessa forma, embora o bebê em formação não se alimente de líquido amniótico, o que a mãe come, influenciará no sabor desse líquido e o bebê será “estimulado” para os diversos sabores e desenvolverá preferências. Quanto mais variada a alimentação da mãe, mais fácil será posteriormente, que a criança coma os mais variados alimentos.


Pensando novamente nas nossas joias, nas nossas pérolas, a promoção da saúde bucal deve ser pensada e realizada desde as idades mais precoces. A mulher grávida deve estar atenta à sua condição de grávida e deverá ir ao dentista, pensando na sua própria saúde bucal mas também na do seu filho que vai nascer.


As alterações hormonais da gravidez poderão fragilizar a saúde bucal da mãe. Não, não é verdade que os dentes ficam mais fracos mas, os hormônios podem alterar as respostas fisiológicas e a gengiva pode ficar “mais sensível”. E também estão comprovadas cientificamente, as relações entre as inflamações nas gengivas (os problemas periodontais) da gestante e os nascimentos prematuros. Portanto, é sempre bom fazer uma visitinha ao dentista nessa fase da vida. O dentista saberá que procedimentos poderá/deverá ou não realizar durante a gestação.


Para o bebê que aí vem, a mãe deve começar a pensar e aprender como deverá cuidar da saúde bucal da criança. Este tema fica para uma próxima conversa."

sábado, 3 de outubro de 2015

Começou a vacinação contra a gripe em Portugal 2015

A campanha de vacinação contra a gripe em Portugal começou ontem, dia 1 de Outubro.

A vacina é recomendada principalmente para:

- pessoas com 65 anos ou mais;
- Doentes crónicos;
- Pessoas imunodeprimidas;
- grávidas;
- profissionais de saúde

A vacina está disponível nos Centros de Saúde e é gratuita para pessoas com 65 anos ou mais.


Para ler mais sobre o tema veja aqui.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) serão aprovados pelos chefes de Estados reunidos durante a 70ª Assembleia Geral das Nações Unidas que se reunirá entre os dias 25 e 27 de Setembro. Os ODS são 17, com 169 metas a serem cumpridas e deverão orientar as políticas públicas dos diversos países até 2030.

Eliane Bardanachvili do Centro de Estudos Estratégicos da FIOCRUZ entrevistou o professor doutor Paulo Buss sobre os ODS.

A entrevista está disponível aqui e vale a pena ler.

quarta-feira, 18 de março de 2015

Violência Doméstica

E porque falar de violência doméstica se eu falo é de saúde? 
Pois é... já pensaram que está tudo interligado? Como é que alguém pode esquecer da saúde neste contexto?

No mês em que comemoramos o dia internacional da mulher, em março de 2015, eu escrevi sobre violência doméstica para o Brasileiras pelo Mundo. Reproduzo aqui o texto. Afinal, temos muito para falar e para fazer sobre este tema.

"Maria pediu ajuda...

Infelizmente algumas mulheres no mundo ainda não podem comemorar o dia 8 de março. E outras já não poderão…

O dia 25 de Novembro é marcado como o dia Internacional pela Eliminação da violência contra as mulheres. Em novembro passado, as Nações Unidas promoveram uma campanha pelo fim da violência contra as mulheres mas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, uma em cada três mulheres ainda é vítima de abusos físicos no mundo.

Foto: Eskinder Debebe/ UN. fotospublicas.com

Infelizmente os direitos das pessoas ainda é muito marcado pelo gênero. Homens e mulheres ainda têm direitos muito diferentes em cada país deste nosso planeta terra. Basta ler os textos sobre a Arábia Saudita que a Carla escreve. E embora a legislação de alguns países seja mais favorável à igualdade de direitos entre homens e mulheres, nem sempre a legislação resolve os problemas do dia-a-dia das pessoas. A Fernanda também já escreveu aqui sobre os direitos das mulheres.

Por exemplo, o direito ao voto feminino no Brasil completou 82 anos de existência. Foi a partir de 1932 que as mulheres brasileiras passaram a ter o direito de eleger os seus representantes. Em Portugal, embora em 1911 uma mulher tenha exercido este direito porque a legislação dizia “cidadãos portugueses com mais de 21 anos”, após esse acontecimento a legislação foi alterada e a nova redação da lei passou a dar o direito ao voto para “cidadãos portugueses do sexo masculino, maiores de 21 anos” limitando o direito aos homens. O direito de voto pelas mulheres em Portugal foi gradativamente autorizado e só a partir de dezembro de 1968 que deixou de existir qualquer discriminação em função do sexo para o exercício deste direito.

Portugal viveu sob uma ditadura entre os anos 1933 e 1974. Durante esses anos, os direitos das mulheres eram muito restritos. Para citar apenas alguns, nessa época as mulheres tinham o dever do serviço doméstico, poucas tinham autorização para trabalhar fora de casa e quando o marido autorizava (isso mesmo, o marido tinha que autorizar), elas ganhavam menos 40% que os homens.

As mulheres só podiam exercer algumas profissões. Não podiam ser magistradas, diplomatas, militares. Podiam ser enfermeiras ou comissárias de bordo mas, nessas profissões, não tinham o direito ao casamento. No casamento, era o marido que detinha todo o poder. Os maridos tinham o direito de abrir a correspondência de suas mulheres e até 1969, a mulher não podia viajar para o estrangeiro sem a autorização do marido.

A situação só começou a melhorar a partir da Revolução dos Cravos em 1974 e da Constituição de 1976 que consagrou o direito de igualdade entre mulheres e homens em todos os domínios da vida.

Acontece que a existência de uma lei não muda a ideia das pessoas da noite para o dia. As nossas ideias e conceitos sobre os mais diversos temas são construídos entre nós. Um dos problemas que ainda existe hoje em dia e que, infelizmente, a legislação por si só não consegue resolver é o problema da violência doméstica e da violência contra a mulher. Muitas mulheres ainda sofrem porque alguns homens ainda pensam que elas são suas propriedades.

A violência doméstica e a violência contra a mulher ainda são um problema em Portugal e que tem se mantido. De 2004 a 2013 morreram 356 mulheres vítimas de violência doméstica no país, sendo a maioria dos crimes cometidos pelos seus maridos/companheiros. Só nos últimos 5 anos, de 2010 a 2014, 191 mulheres perderam a vida assim. Só em 2014 foram mortas 42 mulheres.

Crimes cometidos por maridos, companheiros, namorados, ex-maridos… Alguém que um dia já amou, alguém em que as mulheres já confiaram, alguém com quem pensaram que seriam “felizes para sempre”…

Fonte: Lyria Reis. Folheto informativo sobre Violência Doméstica. Governo de Portugal, ACM e CIG.

Em Portugal, a violência doméstica "caracteriza-se por comportamentos violentos e pelo abuso de poder de uma pessoa sobre a outra com o objetivo de a controlar. Ocorre entre pessoas que têm ou tiveram uma relação de intimidade, familiar ou de dependência". Inclui-se no conceito não só a violência contra a mulher, mas também ao homem, às crianças e idosos. No primeiro semestre de 2013 foram registradas 13.071 ocorrências de violência doméstica no país. Esse número aumentou mais de 2,3% nos primeiros seis meses de 2014. E em Portugal, as mulheres mais idosas são particularmente mais vulneráveis a esse tipo de agressão.

Com que direito uma pessoa tira a vida de outra? Com que direito? Qualquer que seja ela, ele, ou qualquer pessoa, adulto ou criança, jovem ou velho, homem ou mulher, ninguém tem o direito de tirar a vida de outra pessoa, por nenhum motivo. Esses crimes não só tiram a vida de mulheres mas “estragam” a vida de muitos: do homem que mata, dos filhos que ficarão com essa marca do próprio pai que mata a mãe... Quantos órfãos vão ter que existir para que as pessoas deixem de pensar nelas próprias?

Mas o país tem encarado o problema de frente e muitas campanhas têm sido feitas pelo governo através da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Gênero (CIG). No último dia 12 de fevereiro foi lançada a campanha pela Secretaria de Estado da Juventude com o tema "Quem te ama não te agride". E também existem vários locais onde as vítimas podem procurar ajuda tais como a Associação de Apoio à Vítima, a Associação de Mulheres contra a Violência e a própria CIG que disponibiliza um número gratuito para as denúncias, entre outras.

Mas como eu já disse, nós construímos as nossas ideias e conceitos e aprendemos todos os dias. Nós também devemos fazer a nossa parte pela não violência, nas nossas pequenas ações no nosso dia-a-dia, quando ensinamos a igualdade de direitos para as nossas crianças, quando ensinamos valores humanos, quando não reproduzimos a violência, etc.

Ah! querem saber da Maria? ... Foi morta 6 horas depois... a primeira mulher vítima fatal de violência doméstica de 2015.

PS. O texto foi escrito por mim e publicado pela primeira vez no blog Brasileiras pelo Mundo e está também disponível aqui.